Prevenção das doenças cardiovasculares é o melhor remédio

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Associadas a um estilo de vida pouco saudável, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, uma situação para a qual os especialistas alertam, reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce no sucesso do tratamento.
“Além da idade e da história familiar, a hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol elevado, o tabagismo e o excesso de peso são fatores de risco a ter em conta. Quanto maior for o número destes fatores de risco na mesma pessoa, maior será o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, afirma o cardiologista Severo Torres, Coordenador da Unidade de Cardiologia do Hospital Lusíadas Porto.
Para prevenir as doenças cardiovasculares, o cardiologista deixa alguns conselhos: “fazer cinco refeições por dia, privilegiando o consumo de vegetais, fruta, cereais e peixe, beber água, evitar alimentos salgados ou ricos em gorduras e açúcares, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabaco. É também essencial dormir entre seis a oito horas por dia, praticar regularmente exercício físico moderado, pelo menos três vezes por semana, e, consoante as aptidões de cada um, desenvolver atividades de lazer, como a leitura, jardinagem, meditação, dança, desde que estas contribuam para combater o stresse do quotidiano”.
E acrescenta: “O seguimento de todas estas recomendações, para além de contribuir para melhorar o nosso bem-estar físico e emocional, vai seguramente poder contribuir para a prevenção das doenças cardiovasculares”.
“Os fatores de risco cardiovasculares contribuem para o desenvolvimento da aterosclerose, que se caracteriza pelo espessamento e perda de elasticidade da parede arterial, devido à presença de depósitos na parede das artérias, que incluem substâncias gordas, como o colesterol. O progressivo estreitamento vascular, com a consequente redução da irrigação de órgãos vitais, poderá desencadear a angina de peito ou originar um enfarte agudo do miocárdio, se a obstrução se verificar nas artérias coronárias que irrigam o coração, ou provocar um acidente vascular cerebral, se a obstrução vascular se verificar nas artérias que irrigam o cérebro”, relembra o especialista.

De acordo com Severo Torres, “para doenças tão habituais como o enfarte agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral, dispomos hoje de terapêuticas eficazes que nos permitem reduzir a sua gravidade e sequelas, sendo extremamente importante iniciar o seu tratamento o mais precocemente possível”.
Os sintomas mais frequentes das doenças cardiovasculares incluem dor no peito, falta de ar, tosse seca, fadiga, tonturas, desmaio, alterações dos batimentos cardíacos e edemas das pernas e pés.
“O rastreio destas doenças na população assintomática deve ser feito nos homens a partir dos 40 anos e nas mulheres a partir dos 50 anos ou após a menopausa. Na presença de fatores de risco e dependendo do exame clínico, devem ser definidos exames complementares que poderão incluir: eletrocardiograma, ecocardiograma, prova de esforço, doppler carotídeo, TAC cardíaca, ressonância magnética nuclear cardíaca ou cateterismo cardíaco com coronariografia”, conclui o cardiologista.

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