Verdes na CIM DOURO alertam para riscos de contaminação das águas do rio Douro

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O Partido Ecologista Os Verdes esteve hoje na Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), que decorreu em Sernancelhe (Distrito de Viseu) para alertar os dezanove municípios que compõe esta comunidade, para os impactos negativos que poderão advir com a exploração de urânio, junto à fronteira portuguesa na província de Salamanca. Este complexo mineiro integra uma unidade de reprocessamento de urânio e um depósito de resíduos radioativos, em Retortillo (a cerca de 35km da fronteira) e minas a céu aberto.

A Agência Portuguesa do Ambiente considera que a exploração mineira de urânio Retortillo-Santidad poderá ser “suscetível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal face à distância da fronteira portuguesa; atendendo à direção dos ventos; e ressaltando com maior relevo, o facto do rio Yeltes (que divide a exploração mineira em duas zonas) ser um afluente do Rio Huebra, que desagua no troço internacional do Rio Douro, tendo em consideração a importância do Rio Douro na disponibilização de água para o abastecimento público para aproximadamente  2 milhões de pessoas, bem como para a rega em todo o Douro Vinhateiro.”

Apesar de já ter decorrido a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), emitida a respetiva DIA e concedida a licença de exploração pela Junta de Castela e Leão, o governo português nunca foi envolvido na AIA, porque esta Junta considerou não ser necessário realizar consultas transfronteiriças, atendendo à distância da exploração mineira da fronteira com Portugal. Aliás, em março de 2014, Os Verdes, em conjunto com o partido congénere de Espanha EQUO, apresentaram uma queixa conjunta às instâncias europeias, por causa do Estado Português não ter sido envolvido na Avaliação de Impacto Ambiental deste projeto.

Para além de alertar e informar a CIM Douro, para os efeitos ambientais significativos da exploração de urânio no nosso país, devido ao avanço que já se verifica no terreno, deste processo. Assim, Os Verdes apelaram aos municípios para que se inteirem de todo o projeto e exerçam pressão para que o mesmo vá a discussão pública em Portugal, pois é ainda possível a participação do governo português no âmbito dos procedimentos ainda em tramitação, ou seja, autorização da construção da fábrica de instalação.

 

 

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