Decorreu esta terça-feira, dia 2 de maio, a apresentação da linha orientadora da estratégia que prevê a construção de novas vias urbanas no concelho proposta pela candidata à Câmara Municipal, Andreia Neto, e pela coligação POR TODOS NÓS.
Durante a apresentação na Fábrica do Rio Vizela, em Vila das Aves, Andreia Neto explicou aos jornalistas presentes que o projeto assenta essencialmente em dois grandes objetivos: “Ligar o concelho e aproximar as pessoas”.
“Esta não será uma política de «elogio do betão e do asfalto»”, salienta a candidata. “Em vez de estradas só para automóveis”, defende, “é preciso apostar em avenidas de cariz urbano com amplos passeios para as pessoas andarem a pé, com ciclovias e com espaço para os automóveis circularem com segurança”.
“É importante destacar que esta visão faz parte das novas políticas de um concelho para as pessoas”, acrescenta. “Nós pretendemos preparar Santo Tirso não para os próximos 4 anos, mas para os próximos 15 ou 20 anos”.
REQUALIFICAÇÃO DA EN 105 É PRIORIDADE
O plano apresentado assenta primeiramente na requalificação da EN 105, entre Água Longa e Santo Tirso, e de Santo Tirso a Vila das Aves. A EN 105, uma via de importância nacional, apresenta um elevado congestionamento e intensidade de uso, desempenhando um papel essencial no suporte às atividades da região e em particular do concelho de Santo Tirso.
Esta estrada, explica Andreia Neto, tem sido negligenciada pela Tutela (agora Infraestruturas de Portugal) e pela gestão autárquica, e tem sido palco de atropelamentos, despistes e abalroamentos.
A solução apresentada pela candidata passa por anular os «pontos negros» da sinistralidade rodoviária, reperfilar a via, assegurando eficientes condições do canal, dotando-o de melhores condições de circulação e de medidas de acalmia de velocidade. A proposta concebe também a dotação de travessias pedonais e de passeios em ambos os sentidos, estabelecer baías seguras e abrigos nas paragens de transportes coletivos, dando assim um incentivo de facto à promoção de uma mobilidade metropolitana sustentável, bem como ciclovias, arborização e mobiliário urbano adequados à promoção do usufruto público, da acessibilidade para todos e dos modos suaves de locomoção e sustentabilidade ambiental.
Requalificar a EN 105 passará por a transformar numa avenida urbana, fazendo dela um espaço utilizável em condições de segurança, e que promova um eficiente e qualificado acesso a importantes aglomerados habitacionais, como a equipamentos de referência.
Paralelamente a este esforço, a estratégia contempla uma série de intervenções em todo o concelho. Entre as quais:
NOVA PONTE SOBRE O RIO VIZELA E ACESSO A VILA DAS AVES
Em Vila das Aves / Rebordões, o plano prevê uma nova travessia rodoviária, que poderá combinar o usufruto pedonal e ciclável à cota-baixa para acesso às margens do rio, com uma nova passagem rodoviária à cota-alta, assegurando condições de mobilidade melhorada entre Vila das Aves e Santo Tirso, encurtando muito os tempos de viagem e beneficiando a proximidade entre os centros urbanos.
NOVO ARRUAMENTO DE ACESSO AO PARQUE MUNICIPAL SARA MOREIRA
Andreia Neto também destaca a urgência melhorar os acessos ao Parque Municipal Sara Moreira em Rabada. A resposta traçada pelo grupo de trabalho passa pela conceção de novos e fluídos troços do arruamento de ligação à N105, com dotação de alternativas e criação de melhores áreas de estacionamento, em particular de veículos pesados de passageiros.
VIA PANORÂMICA
Completando a estratégia de «voltar» o concelho e em particular a Cidade de Santo Tirso para as vivências ribeirinha e para o Rio Ave, explicou Andreia Neto durante a apresentação, impõe-se a necessidade de executar a Via Panorâmica que se desenvolve das imediações do Mosteiro de S. Bento para poente / jusante do Rio Ave, orientando as políticas urbanísticas para o saneamento das ‘traseiras’ de uma cidade de costas-voltadas ao Rio, organizando um novo perfil urbano verdadeiramente qualificado.
COMPLETAGEM DA VARIANTE À N105
Andreia Neto assume ainda como fundamental completar da variante à N105, de Santo Tirso (interrompida na “Vidronorte”) até ao Nó de acesso à A41/A42 em Água Longa.
A coligação defende que é imperioso afastar o trânsito de atravessamento e de pesados de mercadorias desta via que se pretende requalificar e que diariamente sobrecarrega frágeis áreas residenciais das freguesias do Vale do Leça. A construção deste troço de pouco mais de 6 km, em terreno que não compromete aglomerados urbanos nem afeta a qualidade de vida dos residentes, explicou Andreia Neto, irá beneficiar a economia e o comércio instalado, a atratividade do território para novos investimentos e a coesão de uma malha viária manifestamente incompleta, na potenciação de acesso privilegiados que esta zona do concelho beneficia (proximidade ao Porto de Leixões e Aeroporto, ao Aeródromo de Vilar de Luz, à A41/A42, A1 e A3).
«NÓ» DA PONTE DE FRÁDEGAS
Esta deve ser entendida como uma oportunidade de marcar o fim de um perfil de “variante” e assumir um desenho urbano de qualificada “Entrada” na Cidade de Santo Tirso, envidando todos os esforços (e não se limitando a uma aceitação passiva) junto da Tutela para de um só gesto sanar um dos mais recorrentes “Pontos Negros” do concelho e ao mesmo tempo estabelecer pela via da acalmia de trânsito uma solução verdadeiramente urbana e marcante de um «novo» regime de circulação, no seio de uma cidade e das margens do Rio Ave, onde pontuam os modos suaves de locomoção, o respeito pelo ambiente e a sustentabilidade e enquadramento paisagístico das soluções.
Em resumo, esclarece Andreia Neto, não se quer um “nó” na Ponte de Frádegas, antes uma verdadeira “Porta” de Entrada na Cidade.
Esta estratégia integrada, combina assim alguns dos fatores diferenciadores de uma “SMART CITY”, visão integrada que Andreia Neto diz faltar a Santo Tirso como sede de concelho, como aglomerado urbano integrador dos núcleos urbanos/territórios das freguesias, num princípio de desenvolvimento sustentado e sustentável, comprometido com a anulação das assimetrias e o desenvolvimento integrado e inteligente, na potenciação e uso eficiente dos recursos ambientais, humanos, económicos.