Artista plástico Afonso Henrique, mostra no centro cultural municipal de vila das aves, a evolução da bilha moringa
Como todas as histórias começam por “era uma vez”, o artista plástico Afonso Henrique deu o nome de “Era uma vez… uma bilha” à exposição que está patente, no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves, até 31 de janeiro.
Trata-se de uma exposição de esculturas em cerâmica, constituída por 43 peças e resulta de um trabalho de investigação sobre a evolução da bilha, um simples objeto de transportar e guardar água que, durante séculos, estava presente nas habitações em todo o mundo.
Ao longo dos anos, o artista plástico Afonso Henrique foi concebendo mais de meia centena de “bilhas” que, na sua universal diversidade, vão contando toda a história da “bilha” e da sua associação à água.
Durante a inauguração, que decorreu na última quarta-feira, o vereador da Cultura, Tiago Araújo, felicitou o artista pelo seu “trabalho, empenho, dedicação, engenho, arte e saber”. Destacou ainda, que “ao promover este tipo de iniciativas, a Câmara de Santo Tirso, está não só a dinamizar a sala de exposições do Centro Cultural, como a proporcionar aos artistas a possibilidade de apresentarem os seus trabalhos no concelho e a atrair, em simultâneo, o público escolar para estas atividades”.
Tal como explica o autor, “esta é uma exposição temática, que conta uma história através do imaginário cerâmico, baseada numa peça portuguesa – a bilha moringa”. As peças originais, presentes na exposição, datam de 1998 a 2012 e fazem parte dos 40 anos da carreira do autor, de vasta obra artística. A mostra contém uma narrativa que reporta para o período da pré-história e chega até à atualidade.
Natural de Ermesinde (9 de julho de 1948), residente em Aveiro, mas com casa e ateliê em Água Longa, Afonso Henrique desde cedo se interessou pelas artes, sendo licenciado em pintura pela Escola Superior de Belas Artes, do Porto. A paixão pelas formas conduziu-o para múltiplas atividades artísticas. Esteve sempre ligado às “Artes do Fogo”, desde o barro vermelho à porcelana, e optou pela plástica da argila do grés, como base do seu trabalho escultórico – a escultura cerâmica. A técnica do fogo em cozeduras mono, ou a pintura de alto fogo, levou-o simplesmente a cultivar a modelação da argila no seu esplendor, que é a olaria de roda ou as figuras tridimensionais. Hoje, poucos se aventuram a reunir a essência do belo, com ajuda do fogo.
Com esta mostra, o artista pretende passar a mensagem de que a cerâmica “não é uma arte menor, é tecnicamente complexa, e supostamente a mais antiga do universo e seguramente a mais futurista”. A exposição está aberta ao público, no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves, até 31 de janeiro, e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 17h30 e aos sábados das 14h30 às 18h30. A entrada é gratuita.