Quero começar por felicitar sua excelência o Presidente da República por estes quase 10 anos de exercício das suas funções. Na nossa opinião, o Professor Cavaco Silva desempenhou este alto cargo de forma exemplar, isenta e apartidária, tendo sempre em vista a defesa do superior interesse de Portugal e dos portugueses.
E parece-nos hoje claro que contribuiu sempre para unir e nunca dividir os portugueses, deixando um legado honroso, que permanecerá na nossa História democrática.
Os Portugueses, que escolheram o Professor Cavaco Silva por duas vezes para exercer o mais elevado cargo na Nação, sabem que a última década ficou marcada por mudanças significativas e adversidades como nunca antes enfrentámos nestes mais de 40 anos de democracia. É justo dizer que não teria sido possível ultrapassar as dificuldades maiores que sentimos sem a magistratura serena e influente do actual Presidente da República.
Mas tal como o próprio Professor Cavaco Silva recorda nesta sua última mensagem de Ano Novo, têm sido essencialmente os Portugueses, que não se conformam nem se deixam derrotar pelas dificuldades, quem em todos estes anos se afirmaram como os grandes obreiros do País que luta e ambiciona mais e que, apesar dos erros políticos do passado, conseguiu recuperar a confiança e a auto-estima.
Hoje, Portugal está muito diferente do que estava há quatro anos. Os portugueses fizeram muitos esforços nos anos mais duros do programa de ajustamento e começaram a ver os resultados dos sacrifícios já em 2014.
Hoje, podemos dizer que as políticas implementadas nos últimos quatro anos colocaram Portugal no bom caminho. Um caminho que deve ser prosseguido. E não descontinuado, revertido ou revogado.
É da responsabilidade do novo governo garantir que Portugal continua na rota do crescimento. Será necessário que a ansiedade do novo governo não sacrifique a disciplina e o rigor das contas públicas. Será necessário que a ambição política e pessoal não ponha em risco a confiança que os investidores depositaram em Portugal, nos últimos anos.
Porque sem confiança, sem prudência e sem previsibilidade, não há crescimento nem criação de emprego. E sem crescimento e sem emprego também não poderá haver mais justiça social nem progresso.
Desejamos que, em 2016, o actual governo possa seguir esta trajectória ao mesmo tempo que cumpre os compromissos internacionais.
Não podemos voltar a ter défices insanáveis, não podemos ter um País sem contas equilibradas e vulnerável às incertezas externas.
O PSD salienta a necessidade de se manter o ritmo de recuperação económica. É essencial que não arrisquemos as conquistas dos últimos tempos.
Reverter o que foi feito significará menos crescimento e menos progresso para Portugal. Revogar os compromissos assumidos arriscará todo o capital de confiança e credibilidade que tanto nos custou a reconquistar. Portugal precisa de construir em cima daquilo que já fez, e não de andar para trás.
2015 foi um ano atípico na história da democracia portuguesa.
Agora, é tempo de olhar em frente.
O compromisso que o PSD hoje aqui faz com os portugueses é o compromisso da confiança. Os portugueses podem contar connosco para colocar sempre o interesse nacional acima das ambições partidárias e pessoais, seja em que circunstância for.
Teremos sempre uma atitude responsável e construtiva, tentando superar-nos a todos os níveis.
Confrontaremos o Governo com as escolhas que coloquem o futuro dos portugueses em risco. E apresentaremos as nossas alternativas.
Mas não deixaremos de exigir à nova maioria que apoia o governo a estabilidade e a coesão que prometeram dar ao País.
Estas poucas semanas do novo governo já nos mostraram, infelizmente, que a maioria prometida é afinal frágil e inconstante. Mas é esta maioria frágil que terá de responder, perante os portugueses, pelas promessas que fez.
Para terminar, uma palavra para 2016. Esperamos que este seja um ano de crescimento e sucesso para todos os portugueses. Em nome do PSD, deixo os votos sinceros de um tempo mais próspero para todos.
Obrigado
Um Feliz 2016 para todos.