Portugal vive hoje um momento político verdadeiramente histórico

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Nos últimos quatro anos, e especialmente nos tempos mais recentes, a Direita tentou convencer o País de que não havia alternativa às políticas de austeridade e de que apenas a Direita estava em condições de governar Portugal.
Nada mais falso.
Em Eleições Legislativas, o que está em causa é a eleição do Parlamento. No passado dia 4 de outubro, as portuguesas e os portugueses foram chamados a escolher os seus legítimos representantes na Assembleia da República.
Por muito que doa à Direita, num regime semipresidencialista como é o caso do nosso, os Governos nascem e morrem no Parlamento.
E, de acordo com a livre e democrática escolha das portuguesas e dos portugueses, a Direita perdeu a maioria no Parlamento, não dando garantias de estabilidade governativa.
A verdade é que, em quatro anos de governação, a Direita não cumpriu nenhuma das promessas feitas ao País.
Infligiu a Portugal um retrocesso de 15 anos em matéria de salários, de pensões e de desemprego. Fez um ataque sem precedentes à escola pública, à Segurança Social e ao Serviço Nacional de Saúde, entregando o nosso hospital à misericórdia.
Em quatro anos de governação de Direita, os pobres ficaram mais pobres e os ricos, mais ricos.
O Governo de Direita vai ficar na História como o mais liberal e radical da Democracia portuguesa.
Quando se apresentou a eleições, o Partido Socialista assumiu um compromisso com todas as portuguesas e portugueses: acabar com o ciclo infernal de empobrecimento posto em prática pela Direita. Não podia agora dar o dito por não dito e não ser coerente com o que sempre defendeu.
O acordo a que o Partido Socialista chegou com toda a esquerda parlamentar é sério, credível e responsável, e o programa de Governo apresentado antes das eleições mantém-se válido, atual e coerente.
Com a queda do Governo de Direita no Parlamento, a esperança renasceu. Na classe média. Nos mais desfavorecidos, que representam mais de 50 por cento da população portuguesa. E no País.
Portugal não será o único país na Europa a ter um Governo cujo Primeiro-Ministro não saiu do partido mais votado nas eleições. É assim em países democráticos e desenvolvidos como a Holanda, a Bélgica ou o Luxemburgo.
Um Governo minoritário com apoio de toda a esquerda parlamentar foi a solução encontrada por António Costa para ajudar Portugal a retomar o crescimento económico e defender o Estado Social.
Os argumentos contra a solução governativa apresentada pelo Partido Socialista vindos da Direita não têm consistência política nem tão pouco são a expressão da vontade manifestada pelas portuguesas e pelos portugueses nas eleições de 4 de outubro.
Está, assim, aberto um tempo de mudança em Portugal. O Partido Socialista é o partido fundador da Democracia portuguesa e saberá, uma vez mais, estar à altura das responsabilidades e da esperança que as portuguesas e os portugueses nele depositam.

O presidente da Comissão Política do PS/Santo Tirso

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