O Partido Socialista de Santo Tirso repudia a atitude dos vereadores eleitos pelo PPD-PSD-PPM de virarem as costas à população de Santo Tirso na tentativa do Governo em esvaziar o hospital local, ao não votarem favoravelmente uma moção apresentada pela maioria socialista na Câmara a exigir a suspensão dos efeitos da formalização de um acordo que prevê a passagem da daquela unidade hospitalar para a misericórdia.
O PS/Santo Tirso percebe o embaraço do PPD-PSD em relação à decisão do Governo, mas manifesta indignação pela posição dos vereadores da oposição. Nesta matéria tão sensível para a qualidade de vida das populações, como é o caso do acesso de proximidade aos cuidados de saúde, não há partidos nem disciplina partidária.
Se o PPD-PSD diz que a Saúde não pode estar ao serviço de interesses partidários, deveria, em coerência com o que apregoa, ter estado ao lado da maioria socialista na Câmara a defender a população de Santo Tirso contra mais um ataque do Governo. É inaceitável que o PPD-PSD afirme não estar em causa o serviço público que o hospital local presta quando sabe que a passagem administrativa implica invariavelmente um claro desinvestimento por parte do Governo naquela unidade hospitalar, que, sendo sede do Centro Hospitalar do Médio Ave, tem vindo a perder valências para o Hospital de Famalicão, o qual – estranha-se – não passará pelo mesmo processo de transferência da gestão, apesar de também pertencer a uma misericórdia.
O PS/Santo Tirso condena a cedência do PPD-PSD/Santo Tirso aos interesses partidários e considera-o um aliado do Governo na tentativa de esvaziamento do Hospital de Santo Tirso, quando deveria estar a unir forças, por meios próprios e em parceria com a Câmara, com o objetivo de defender os interesses da população do concelho.
O PPD-PSD/Santo Tirso não pode assobiar para o ar ou fazer de conta que não tem responsabilidades acrescidas numa tomada de posição forte em relação ao que o Governo pretende implementar na área da Saúde em Santo Tirso, uma vez que tem uma deputada, eleita pelo círculo do Porto, na Assembleia da República. O que fez a deputada do PPD-PSD/Santo Tirso na Assembleia da República para defender aqueles que a ajudaram a ser eleita para o Parlamento? Que preocupações alguma vez manifestou em relação ao futuro daquela unidade hospitalar e dos colaboradores que nela trabalham? Quantas iniciativas parlamentares lhe são conhecidas sobre o Hospital de Santo Tirso?
Uma coisa fez a deputada e líder do PPD-PSD/Santo Tirso: votar contra uma proposta do Partido Comunista a rejeitar a passagem dos hospitais para as misericórdias. Sintomático. Conseguirá a deputada do PPD-PSD/Santo Tirso explicar, por exemplo, a razão pela qual o Hospital de Famalicão, sendo pertença de uma misericórdia, não está sujeito ao mesmo processo de passagem administrativa da gestão hospitalar? Apesar de ter votado contra a Moção apresentada pela maioria socialista na Câmara, o PPD-PSD ainda vai a tempo de repensar a sua posição relativamente ao futuro do Hospital de Santo Tirso. O PS/Santo Tirso apela mesmo ao PPD-PSD/Santo Tirso para estar ao lado da população de Santo Tirso e da Câmara nas diligências que vão ser necessárias tomar a curto prazo para garantir os serviços de saúde de proximidade no concelho.
Reunido pela primeira vez em Santo Tirso, o secretariado da Federação do PS/Porto, liderado por José Luís Carneiro, manifestou, dia 22 de dezembro, estar totalmente solidário com a tomada de posição da Câmara Municipal de Santo Tirso e do PS/Santo Tirso, condenando a falta de diálogo do Governo com a autarquia numa matéria tão sensível para a população do concelho.
Santo Tirso, 23 de dezembro de 2014
A Comissão Política Concelhia do PS/Santo Tirso
