Telma Meireles realiza documentário de homenagem à sabedoria da velhice
A terminar o último ano do curso de técnica, Telma Meireles abraçou o desafio de na sua Prova de Aptidão Profissional (PAP) produzir um documentário sobre a velhice, a “fase mais doce e meiga” como ela refere ao longo desta breve entrevista. Uma PAP produzida em parceira com o Centro Social de Sanfins de Ferreira e que nos questiona como a velhice pode ser o recomeço de uma nova vida.
Como surgiu a ideia do seu projeto de fazer um documentário?
A ideia do projeto apareceu de um acaso. No início do terceiro ano tive outras ideias de PAP e tinha começado até com uma delas, mas infelizmente nem tudo é como nós queremos. Já com o tempo apertado para a realização da mesma surgiu-me a ideia de realizar um documentário sobre os idosos do Centro Social de Sanfins de Ferreira. Não há explicação para tal, surgiu de forma espontânea uma vez que eu queria realizar algo diferente do habitual nas PAP’s e que, pelo curto tempo que tinha, não implicasse grandes deslocações e cujo horário fosse bastante flexível. Assim surgiu o Centro. Senti que este documentário poderia servir para concretizar a minha PAP, assim como para homenagear aqueles que mais histórias têm.
Em que consiste o seu projeto e qual a sua finalidade?
Este projeto teve como finalidade as memoráveis histórias dos utentes do Centro Social e Paroquial e o que eles estão a viver agora. Assim, eu queria que os idosos relembrassem um pouco as suas histórias, que falassem um pouco da relação com o Centro, ou seja, como se sentem lá, o porquê de terem ido para lá. De certa forma, coloquei em destaque dois momentos do ciclo da vida humana, a fase infância/adulto e aquela que é, para mim a fase mais doce e meiga, a velhice.
Quais o objetivos e resultados do seu projeto?
O objetivo foi mostrar o quão bela pode ser esta fase e chamar a atenção das pessoas para o modo como as tratamos, cuidamos desses seres cheios de histórias. A velhice não tem de ser o fim de nada, pode muito bem ser o início da construção da mais bela história de vida, de amor, de criação e , porque não, de partilha. Os resultados não podiam ter sido mais satisfatórios. Para mim, realizar este projeto foi cansativo, mas muito gratificante. Concretizei o documentário que tanto desejava e que é tão humano, assim como concretizei uma exposição fotográfica que retrata um pouco a seriedade e a característica de cada idoso. Sempre gostei de conviver com os idosos, de saber as histórias deles e acho que foi o juntar dos dois que fez com que fosse um sucesso.
O que destaca na realização do seu projeto?
O meu projeto é um dos meus pontos altos do percurso na OFICINA, é a realização de um sonho que nasceu do nada, a concretização de objetivos pessoais e profissionais, mas acima de tudo é a mais bela homenagem à velhice! Quem tiver a oportunidade de ver o meu documentário de certeza que terá outra perspetiva do respeito que devemos ter pelos idosos. E foi tudo isto, que aqueles idosos, os meus idosos, me transmitiram. Que todos os dias, temos de dar para receber. Que todos os dias, são dias de aprender mais e mais.