Beunardeau : Jogo da Luz faz-nos pensar que não podemos deixar de lutar

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Guardião francês acredita que o Aves poderá conseguir a desejada permanência e que Nuno Manta Santos é o treinador certo para conseguir tal objetivo. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Beunardeau recorda ainda os tempos de formação na seleção gaulesa e a experiência vivida no Bayern Munique.

Beunardeau foi um dos jogadores do Desportivo das Aves em maior destaque na derrota (1-2) averbada na Luz, na visita ao Benfica, registada há uma semana. Apesar do desaire, os avenses estiveram em vantagem durante 50 minutos muito por conta das várias intervenções deste guardião francês.

Beunardeau está a completar a segunda época ao serviço do Aves e revela-se otimista quanto a permanência do emblema de Vila das Aves no principal escalão do futebol português.

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o francês apresentou-se bem-disposto, sorridente e a falar em… português. O guardião olha para o jogo da Luz como um ponto de viragem para o Aves e espera regressar às vitórias já no sábado, diante do Portimonense.

O Aves fez uma grande exibição no Estádio da Luz, mas acabou por sair sem pontos. A derrota foi injusta?

Foi, claro. Fizemos um bom jogo na Luz porque conseguimos fazer aquilo que o míster nos tinha pedido. É triste perder assim porque perdemos com um penálti no limite e um segundo golo que era fora de jogo. É sempre triste porque poderíamos ter ganho aquele jogo, mas acho que o mais importante foi a exibição da equipa. Foi um jogo que deu mais confiança à equipa para conseguir a desejada permanência.

Fez nove defesas e foi o guarda-redes com mais defesas na 16.ª jornada. Foi a sua melhor exibição ao serviço do Aves?

Hum… Acho que sim, mas o mais importante é ajudar a equipa porque precisamos de arrecadar pontos. O meu objetivo é ajudar a equipa a conseguir pontos e a minha função é evitar sofrer golos. Quero manter este momento de forma pois creio que, assim, podemos conseguir a permanência.

Nuno Manta Santos sabe passar mensagens de confiança aos jogadores

Como tem sido trabalhar com Nuno Manta Santos?

É um treinador com boa mentalidade. Fazemos muito trabalho técnico e tático. Ele sabe que sofremos muitos golos e ele dá muita confiança aos jogadores. Mesmo perdendo alguns jogos, ele sabe passar mensagens de confiança aos jogadores. Também gosto muito do míster Paulo Santos [treinador de guarda-redes]e sinto que ele confia em mim. É bom para um guarda-redes sentir isso. Vamos ver qual vai ser o nosso desempenho até ao final da temporada, mas estou muito confiante.

O Aves têm apenas seis pontos esta temporada. Ainda assim, deu uma boa réplica na Luz. Acha que poderá ser um ponto de viragem para uma segunda volta melhor?

Claro que sim. Foi um jogo que deu confiança a todos os jogadores deste grupo. É um jogo que nos faz pensar que não podemos deixar de lutar. O Aves não pode ficar em último lugar, pois tem muita qualidade na equipa para conseguir mais pontos, levantar a cabeça e lutar até ao fim. No próximo sábado acaba a primeira volta do campeonato e nós temos que ganhar ao Portimonense porque é um jogo muito importante. Se ganharmos, acho que pode ser um bom ponto de partida para conseguirmos alcançar a permanência. Vamos ver o que vai acontecer.

Está em Portugal há dois anos. Como tem sido este processo de adaptação? Pela língua já percebi que está a ser muito positivo…

A minha adaptação foi muito boa e muito rápida. Já estou há dois anos em Portugal, já consigo falar um pouco de português e consigo entender quase tudo. Agora até já estou pronto para ajudar os novos jogadores franceses. A minha vida aqui é muito boa. Gosto muito de Portugal e a minha esposa também. Aliás, vamos ter uma filha que vai nascer aqui e será portuguesa. Por isso, Portugal ficará sempre no meu coração.

Mas aprendeu a língua portuguesa sozinho ou teve aulas?

Aprendo sozinho com uma aplicação no telemóvel. Senti que era importante aprender a língua portuguesa porque iria ser essencial para a minha adaptação. É sempre complicado para um jogador estrangeiro adaptar-se a um novo país. Queria falar português muito rapidamente para facilitar a minha vida aqui em Portugal.

Lembro-me que quando cheguei ao Bayern Munique tudo parecia ser muito grande

Foi internacional francês pela seleção de sub-20 e cruzou-se com jogadores com o Martial (Manchester United) ou Rabiot (Juventus). Que memórias guarda desses tempos?

Foi muito bom. Quase fui campeão sub-19 por França, mas perdemos na final. Jogar com o Martial e o Rabiot é sempre muito bom. Vai ficar sempre na minha memória porque tenho o sonho de jogar na seleção francesa. Agora, estou aqui no Aves e estou bem. Quero fazer uma grande época, uma grande carreira e depois logo se vê o futuro. Mas tenho a certeza que jogar com dois grandes jogadores como eles também fez de mim um melhor jogador.

Também sei que esteve à experiência no Bayern Munique e até se cruzou com o Neuer. Como foi essa aventura?

Foi uma grande aventura e um sonho de criança. Nesse tempo em que lá estive, o Bayern foi campeão da Champions e convivi com grandes jogadores como Ribéry e Lewandowski. Era um mundo à parte. Lembro-me que quando cheguei ao Bayern Munique tudo parecia ser muito grande e eu estava como uma autêntica criança. Tentei dar o meu melhor, mas infelizmente não assinei contrato com eles. Mas deu-me várias coisas boas para a minha carreira. É um grande clube e foi uma grande experiência para mim.

Com 25 anos o que deseja alcançar no futuro?

No futuro próximo é ajudar o Aves. Quero conseguir a permanência e garantir que o Aves ficana I Liga. Tenho contrato até 2022, portanto a minha cabeça está no Aves até ao fim. Depois logo se vê o futuro. Não posso falar do futuro porque não sei como vai ser o futuro. Volto a sublinhar: estou muito feliz por estar no Aves.

Já se sente um bocadinho português?

Sim, desde o primeiro dia! (risos) Assim que cheguei aqui, senti-me logo português. Eu sou francês e quando cheguei ao Aves não falava nem português nem inglês, mas adaptei-me e gosto muito dos portugueses. As pessoas ajudaram-me sempre, nomeadamente as pessoas do Aves. Agora tenho duas nacionalidades: francesa e portuguesa! (risos)

Para terminar, que mensagem gostaria de deixar aos adeptos do Aves?

Desde já, os parabéns para a claque Força Avense que fez 20 anos na quarta-feira. Eles são muito importantes para um clube como o nosso. Tentam ajudar-nos sempre, mesmo quando os resultados não são os melhores. Nós precisamos deles e espero que possamos continuar a contar com eles. Vamos querer dar uma vitória de presente no jogo de sábado.

FONTE: Desporto ao Minuto

 

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