Foi recentemente aprovado um projeto que visa o desenvolvimento e execução de produtos inovadores de mobiliário urbano e de hotelaria, através do aproveitamento de resíduos industriais. O GEO-DESIGN reúne a sinergia e trabalho de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), da Universidade do Minho (UM), e de arquitetos e designers de produtos que constituem consórcio com as empresas Waste 2 Value S.A., Francisco M. Providência Design, Lda. e o Centro de Valorização de Resíduos (CVR).
Um dos objetivos principais do projeto passa por desenvolver o processo tecnológico inerente à manufatura, ao pré-tratamento dos resíduos industriais e aos processos de moldação, conformação e acabamento, testar, em escala piloto, a produção dos mesmos, e avaliar o impacto económico e ambiental desse processo, quando aplicado a um vasto leque de resíduos industriais. Será ainda desenvolvido um portfólio de protótipos de ecoprodutos inovadores, com o principal propósito de divulgar os resultados obtidos.
“A inovação do projeto prende-se com o aproveitamento e transformação de resíduos como cinzas volantes, materiais resultantes das indústrias da siderurgia e da construção civil para desenvolvimento de produtos de elevada qualidade estética e funcional. Pretende-se que estes produtos respondam às novas tendências do mercado da arquitetura a nível mundial, que procura produtos esteticamente atrativos e de baixo custo com características diferenciadoras ao nível da sustentabilidade da sua origem”, explica Nuno Cristelo, responsável pelo projeto na UTAD.
O desenvolvimento da tecnologia de resíduos está a cargo da UTAD e da UM, num trabalho conjunto que será depois testado pelo CRV e desenvolvido ao nível do Design pela empresa Francisco M. Providência Design, Lda. para posterior fabrico de peças pela Waste 2 Value S.A., empresa promotora do projeto.
O uso de resíduos industriais permitirá substituir matérias-primas, cada vez mais escassas ou caras, assim como aproveitar resíduos que, de outro modo, seriam desperdiçados e instalados em aterro. Os produtos desenvolvidos destinam-se nomeadamente aos setores de hotelaria e mobiliário urbano. Neste projeto estão ainda envolvidos a Unidade de Microscopia Electrónica da UTAD e um doutorando da mesma universidade.
Com a duração de três anos, o projeto é financiado pelo Portugal 2020 em 636 mil euros. A participação da UTAD é de cerca 77 mil euros.