Alberto Costa ignora fecho de maternidade de Famalicão

0

A moção do PSD de Santo Tirso que pretendia unir os partidos em favor da maternidade de Famalicão foi rejeitada, ontem, pela Mesa da Assembleia Municipal (AM).
Com o objetivo de convidar as forças políticas com assento na AM a vestirem a camisola pela manutenção da maternidade do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), os eleitos social-democratas e das outras forças políticas da oposição assistiram a uma verdadeira peça de contorcionismo regimental, com o intuito de blindar o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso.
É público que Alberto Costa se tem remetido ao silêncio em relação a este assunto. Mas, diante da repercussão pública do seu comportamento, o edil decidiu abrir, durante a sessão ordinária da Assembleia Municipal, o manual de como não se deve administrar um concelho, sobretudo numa área tão sensível.
“Vê-se agora o PSD de Santo Tirso, que queria acabar com o nosso hospital [não é verdade!], preocupado com uma maternidade em Famalicão!”, afirmou.
A utilização da expressão “uma maternidade em Famalicão” revela o desprezo de Alberto Costa pela população local, que, há mais de 16 anos, também se serve daquela unidade de saúde famalicense.
Revela o seu desinteresse pelas famílias do município que não têm possibilidades financeiras de pagar um seguro de saúde.
Revela o seu desinteresse pelas mulheres tirsenses, que, ao que tudo indica, terão de começar a peregrinar para as unidades da Póvoa de Varzim e Matosinhos.
Revela o seu desinteresse pelas crianças do nosso concelho.
Na sessão da Assembleia Municipal, Alberto Costa manteve-se, inclusive, em cima do pedestal alcançado pela maioria absoluta (disse que não se vai pronunciar sobre este assunto enquanto não tiver acesso ao documento da Comissão para a Reforma das Maternidades) e não conseguiu despir as vestes partidárias.
Omitiu que o bloco de partos do hospital Santo Tirso foi encerrado, em 2006, pelo ex-ministro da saúde António Correia de Campos, do governo José Sócrates, e que, na altura, um dos secretários de estado era Manuel Pizarro, o atual detentor da pasta.
Ignorou que, em 2006 e no auge dos protestos, quer o diretor do hospital, Carlos Oliveira, quer o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Castro Fernandes, fizeram o que ele próprio recusa fazer hoje: sair em defesa da maternidade que atende a população de Santo Tirso.
“Há uma pressa excessiva para criar a política do facto consumado”, referiu à época o ex-autarca, Castro Fernandes, que exigiu, posteriormente, “compensações” ao governo Sócrates. Pelo contrário, Alberto Costa retrai-se e evita abordar o assunto.
Por isso, o PSD não acredita que o atual executivo da Câmara Municipal tenha capacidade e competência para gerir dossiers tão sensíveis como este.
Não acredita, igualmente, que o grupo liderado por Alberto Costa saia da sua área de conforto partidária e assuma, efetivamente, a defesa dos interesses da população de Santo Tirso.
Ontem, o presidente da Câmara e os eleitos socialistas tiveram mais uma oportunidade para fazê-lo e, ao rejeitar a moção do PSD, não quiseram vestir a camisola pela defesa do município de Santo Tirso.
Afinal, o que é preciso acontecer para comover esta gente?
SECÇÃO DE SANTO TIRSO

Share.

Comments are closed.