Câmara de Santo Tirso lança monografia sobre Castro do Monte Padrão  

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VOLUME APRESENTA RESULTADOS DE TRINTA ANOS DE INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA

A Câmara Municipal de Santo Tirso acaba de lançar uma monografia que resume trinta anos consecutivos de investigação arqueológica no Castro do Monte Padrão, situado em plena serra de Monte Córdova. A publicação contou com o apoio da Rede Portuguesa de Museus e da Direção-Geral do Património Cultural.

Para o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, “esta publicação tem uma grande relevância científica, assumindo-se como um valioso contributo para a compreensão das origens do povoamento deste território”.

“Simultaneamente, contribui, também, para a preservação do forte valor simbólico e referencial do Castro do Monte Padrão, designadamente devido à ligação histórica do sítio arqueológico à família de S. Rosendo”, acrescenta.

Com cerca de 500 páginas, a monografia é da autoria de Álvaro de Brito Moreira e encontra-se dividida em quatro grandes capítulos dedicados ao Castro do Monte Padrão: enquadramento histórico; contexto geográfico do território da bacia superior do rio Leça; habitat, economia e território; comércio local, regional e interprovincial.

Hoje descrito como uma referência incontornável para a compreensão da evolução do povoamento do território que configura a unidade geo-histórica de entre os rios Leça e Ave, o Castro do Padrão surge pela primeira vez referenciado como ruína arqueológica no século XVII por D. Rodrigo da Cunha, no “Catálogo e História dos Bispos do Porto” (1623).

Os primeiros trabalhos de escavação arqueológica tiveram início em 1950, sob a liderança de Carlos Faya Santarém, revelando um conjunto de estruturas e materiais que permitiram, desde logo, concluir tratar-se de um castro pré-romano, com vestígios do período neolítico, embora fortemente romanizado.

Um ano depois foi retificada a designação original, passando, a partir de então, a denominar-se Castro do Monte Padrão.

As primeiras escavações prolongaram-se até 1955. Após este período, verificou-se um interregno de cerca de trinta anos que contribuiu para a deterioração da estação arqueológica.

Em 1985, na sequência de um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Santo Tirso e a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, foram finalmente retomadas as intervenções arqueológicas.

Este interesse renovado no castro culminou, em 1990, com a criação do Gabinete Municipal de Arqueologia, que viria a impulsionar a implementação de um projeto de investigação e valorização da Estação Arqueológica, desenvolvendo-se, a partir desse momento, o projeto monográfico do sítio arqueológico que esteve na génese da criação do seu Centro Interpretativo.

Implantado numa posição de grande destaque na paisagem, o Castro do Monte Padrão permite um amplo domínio visual sobre a região envolvente, assim como contacto visual com vários povoados, como, por exemplo, o Castro de Alvarelhos, Trofa, a Citânia de Sanfins, Paços de Ferreira, a Cividade de Terroso, Póvoa de Varzim, a Cividade de Bagunte, Vila do Conde e o Castro das Eiras (Vila Nova de Famalicão).

O autor da monografia agora publicada, Álvaro de Brito Moreira, é doutorado em História e Geografia pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), desenvolvendo investigação na área da Arqueologia e História Antiga, nomeadamente no âmbito da Proto-história e Romanização do Noroeste Peninsular. Atualmente, exerce funções de diretor do Departamento Económico, Emprego e Cultura da Câmara Municipal de Santo Tirso, sendo também diretor do Museu Internacional de Escultura Contemporânea/Museu Municipal Abade Pedrosa e do Centro Interpretativo do Monte Padrão.

 

 

 

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