Câmara municipal aprova voto de pesar pelo falecimento de Alberto Carneiro

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Para Joaquim Couto, “esta é uma perda irreparável para o país e para as artes”

A Câmara Municipal de Santo Tirso aprovou, em reunião de Câmara desta quinta-feira, um voto de pesar pelo falecimento de Alberto Carneiro. Para o presidente da autarquia, Joaquim Couto, “perde-se um homem à frente do seu tempo, inteligente e com uma visão excecional; o grande mentor do Museu Internacional de Escultura Contemporânea”.

“Uma perda irreparável para o país e para as artes”, pode ler-se no voto de pesar pelo falecimento do escultor Alberto Carneiro, de 79 anos, prestado pela Câmara Municipal de Santo Tirso na reunião de Câmara desta quinta-feira.

Alberto Carneiro foi reconhecidamente um dos precursores mundiais da escultura pública e um dos maiores artistas contemporâneos, distinguindo-se não apenas pelas obras em escultura mas também pelos trabalhos em desenho, fotografia, performance e ainda pelos materiais que utilizava, como o granito e a madeira.

No seu amplo e majestoso trabalho, foi o grande mentor do Museu Internacional de Escultura Contemporânea, em Santo Tirso, um projeto nascido no início dos anos 90 do século passado, único no mundo. “Era um homem à frente do seu tempo, inteligente e com uma visão excecional. Se hoje Santo Tirso é a capital da escultura contemporânea, com um conjunto de obras composto por 54 esculturas dispersas pela cidade e uma sede-museu da autoria de Siza Vieira e Souto de Moura, em boa medida o deve a Alberto Carneiro”, acrescenta o autarca.

Mas a ligação de Alberto Carneiro a Santo Tirso não era apenas artística, sendo, acima de tudo, afetiva. Nascido em S. Mamede do Coronado, freguesia que fazia parte do concelho de Santo Tirso antes da separação administrativa da Trofa, o artista plástico decidiu doar parte da sua obra, avaliada em 1,5 milhões de euros, entre esculturas e desenhos, ao também “seu” Município.

Em contrapartida, a Câmara Municipal comprometeu-se a criar o Centro de Arte Alberto Carneiro, projeto que vai a breve trecho arrancar, localizado na Fábrica de Santo Thyrso, num investimento de 1,3 milhões de euros.

“Temos e teremos sempre uma dívida de gratidão para com o escultor e amigo Alberto Carneiro, cuja obra queremos perpetuar e homenagear com a construção de um centro de artes com o seu nome, para salvaguardar, preservar e divulgar a arte contemporânea”, declarou.

Pela importância que o artista plástico teve nas artes em Portugal e no Mundo, nomeadamente na escultura pública, e pela ligação artística e afetiva com o concelho de Santo Tirso, o escultor Alberto Carneiro será agraciado com a mais alta distinção da cidade, numa cerimónia que terá lugar dia 8 de julho, na sessão comemorativa da elevação de Santo Tirso a vila.

 

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