COMUNICADO – Sobre o despedimento de 50 trabalhadores precários na têxtil Adalberto

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COMUNICADO

Sobre o despedimento de 50 trabalhadores precários na têxtil Adalberto

A administração da Adalberto, empresa têxtil de Santo Tirso, que detém também a marca AdStyle, segundo denúncias que recebemos, está a despedir todos os trabalhadores com vínculos precários.

Em causa estarão cerca de 50 trabalhadores, a quem não estão a ser renovados os contratos a prazo. Esta decisão de descartar os precários acontece depois da empresa ter recorrido ao “lay off simplificado”. Segundo os relatos, estes são trabalhadores com vínculo direto com a Adalberto, mas que, como é prática comum na empresa, já antes estiveram um ano a trabalhar intermediados por empresas de trabalho temporário.

Agora, com esta decisão, a administração atira para o desemprego dezenas de trabalhadores depois de ter beneficiado do apoio público para manter a atividade e o emprego.

Os relatos descrevem a indignação dos trabalhadores perante a decisão da administração, uma vez que, embora seja justificada com o actual contexto, a empresa conseguiu recuperar a sua atividade ao longo da crise sanitária, nomeadamente, reconvertendo a produção para o fabrico de máscaras.

O facto de terem sido celebrados contratos de fornecimento desse equipamento de protecção com as principais empresas de distribuição do país, permitiu mesmo à empresa aumentar posteriormente a sua facturação.

O sucesso da empresa neste período foi mesmo saudado pelo presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso.

As denúncias asseguram ainda que, mesmo quando se encontravam em regime de lay off, alguns funcionários foram forçados a trabalhar a partir de casa, embora com o corte nos salários.

A Estamparia Adalberto é uma empresa de Rebordões, Santo Tirso, detida pelo actual presidente da Associação Têxtil Portuguesa.

Fundada em 1969, inicialmente centrada na estampagem, ampliou muito a sua atividade e em atualmente cerca de 400 funcionários e vários clientes internacionais, fazendo a marca AdStyle parte do seu grupo.

Desta forma, não se torna aceitável que a pandemia seja justificação para invocar os termos do Decreto-Lei nº10-G/2020 para a suspensão de contratos de trabalho.

O Bloco de Esquerda exige que a empresa assuma as suas responsabilidades e que os trabalhadores sejam protegidos, com a Lei dita.

Bloco de Esquerda Santo Tirso, Santo Tirso, 22 de outubro de 2020.

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