O Sarau Queirosiano já é uma tradição na Escola Básica e Secundária D. Dinis, na qual os alunos e toda a comunidade educativa são convidados a embarcar numa inesquecível viagem ao século XIX. Uma atividade do Clube de Teatro que se realiza desde 2005 e que, todos os anos, se perpetua na memória de quem participa. Realiza-se no âmbito do estudo da obra “Os Maias”, de Eça de Queirós, e, por este motivo, tem como público-alvo os alunos do 11.º ano, embora envolva a totalidade da esfera educativa.
Alunos, professores e assistentes operacionais reuniram-se no exterior da escola, ao início da tarde, onde se preparavam para um dia memorável, aproveitando o bom tempo para tirar fotografias. Pelas 15h30, era hora de partir, e a cidade tornou-se o palco dos alunos, que se encontravam agora no século XIX. Os cavalheiros vestidos de preto, com os seus cachimbos, bengalas e clássicas cartolas e as suas donzelas, com vestidos graciosos e delicados, leques rendados e luvas, encantaram e espalharam a magia por aqueles que passaram.
Pelas 16h00, os tirsenses puderam desfrutar não só da valsa e da polka, ensinadas pelo professor Jorge Dias, mas também da encantadora voz da aluna Laura Ferreira, do 12.ºC. Após este belo momento, os alunos dirigiram-se, juntamente com os professores acompanhantes, para os diversos estabelecimentos comerciais da cidade, onde puderam deliciar-se com os lanches, petiscos e sumos, que foram amavelmente oferecidos e apreciados por todos.
De regresso à escola, o verdadeiro espetáculo iniciou-se às 19h30, no polivalente. Foi uma experiência imersiva, que toda a comunidade educativa viveu e, de certa forma, possibilitou compreender melhor a intriga da obra queirosiana. Houve teatro, onde se retrataram os diferentes episódios da vida romântica, dança e música, concebendo-se uma cativante e envolvente atmosfera que prevaleceu no resto da noite. Todo o espetáculo foi pensado ao pormenor, desde a graciosa e delicada decoração idealizada pelas alunas da turma de Artes Visuais do 11.º F, até às impactantes e instigantes atuações teatrais e musicais proporcionadas pelos diversos alunos da escola. As cortinas do palco fecharam-se com a tão aguardada exibição da célebre valsa e da resplandecente polka, previamente apresentadas na cidade.
Finalmente, a noite encerrou-se com o típico jantar à luz das velas, no restaurante Tirsense, que estava minuciosamente decorado à moda de ”Os Maias”, de forma a proporcionar aos alunos, aos professores e às entidades convidadas uma magnífica e indelével viagem no tempo.
Apesar de ser um dia dedicado especialmente aos alunos, é certo que, para a concretização deste evento, foram imprescindíveis muitas horas e muita dedicação, não só por parte destes, mas também de todos os professores, assistentes operacionais, instituições e estabelecimentos que “estiveram por detrás das cortinas”. Assim, é incontornável deixar um agradecimento especial a toda a equipa envolvida na organização do Sarau Queirosiano: às professoras do Clube de Teatro, inclusivamente às responsáveis pelo guarda-roupa, que permitiram a representação e a indumentária a rigor, ao professor Jorge Dias que, atenciosamente, levou a cabo os ensaios da valsa e da polka, aos professores e alunas envolvidos na magnífica decoração dos espaços, aos assistentes operacionais e aos docentes que amavelmente se disponibilizaram para organizar e ajudar com as questões logísticas, ao sonoplasta Luís Soares, a todos os fotógrafos presentes que ajudaram a criar e a imortalizar memórias, à Associação de Pais e Encarregados de Educação desta escola que, gentilmente, se voluntariou para a deslumbrante decoração do restaurante Tirsense, a todas as entidades e a todos os estabelecimentos comerciais que contribuíram para a realização do evento e, sobretudo, a todos os alunos que entusiasticamente entraram no espírito de “Os Maias” e permitiram a concretização tão desejada deste espetáculo.
O Sarau Queirosiano, para além do seu caráter pedagógico, revelou-se, de facto, uma oportunidade não só de convívio e lazer entre alunos e professores, mas também uma oportunidade de os primeiros desafiarem os seus próprios limites e contribuírem, com o seu engenho, para a criação de memórias que transcenderão as barreiras do tempo.
