Imagens inéditas da Revolução dos Cravos nas ruas de Vila Nova de Famalicão vão ser projetadas no próximo dia 25 de abril, pelas 17h00, no Arquivo Municipal Alberto Sampaio, no âmbito das comemorações do 42.º aniversário da Revolução. Os filmes, desconhecidos da maior parte dos famalicenses, estavam guardados no arquivo dos estúdios da RTP, sendo agora resgatado pela autarquia para o domínio público.
“São imagens únicas e marcantes que demostram bem a forma como os famalicenses saíram à rua e viveram o 25 de abril de 1974”, refere a propósito o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, adiantando que a aquisição da pelicula insere-se no âmbito do projeto “25 de abril – Memória e Futuro”, que visa recolher e preservar as fontes históricas sobre a Revolução do 25 de abril. O projeto arrancou em 2015 com a criação da “Biblioteca Digital – Fundo Local da Oposição Democrática”, que disponibiliza online através do site da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco documentos exclusivos das lutas pela liberdade no concelho.
O filme do 25 de abril em Famalicão será ainda enriquecido com imagens exclusivas captadas por particulares e será acompanhado de uma tertúlia que promete desvendar muitos dos episódios daquele dia libertador e dos que se seguiram.
As comemorações do 42.º aniversário da Revolução dos Cravos coincidem este ano com o 40.º aniversário da Constituição da República Portuguesa, o que motiva, desde logo, a organização da conferência “Conta-me a História”, que vai decorrer também no Arquivo Municipal, já no próximo domingo, dia 3, com a presença de Diogo Freitas do Amaral que irá recordar o que está por detrás da redação e aprovação da Lei Fundamental da República Portuguesa.
No dia 22 inaugura-se na Biblioteca Municipal a mostra documental: “25 de abril na literatura, no cinema e na música”, que vai estar patente até ao final do mês.
Entre a multiplicidade de iniciativas culturais que vão atravessar as várias freguesias do concelho destaca-se ainda os Versos e Sons de Abril, que vão decorrer no dia 23, no Museu Bernardino Machado, o recital de Poesia Dita e Cantada, no Café-Concerto da Casa das Artes, na noite de 24 e claro a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de abril, que junta as diferentes forças partidárias no Salão Nobre da Assembleia Municipal, nos Paços do Concelho.
Para Paulo Cunha “a liberdade artística e cultural foi, sem dúvida, uma das grandes conquistas de abril e neste âmbito não vão faltar espetáculos musicais, cinema e teatro.” Ao todo são mais de dezena e meia de eventos para celebrar abril. Citando a música de Vítor Espadinha, “Recordar é Viver”, Paulo Cunha acrescenta que “com estas iniciativas queremos também transmitir às novas gerações o verdadeiro sentido do que foi o 25 de Abril de 1974”.