O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, defende a antecipação da participação eleitoral dos jovens dos 18 para os 16 anos e vai colocar em ação no município um conjunto de medidas de incentivo à participação cívica dos jovens para que se sintam cada vez mais cedo capacitados e motivados a exercerem uma cidadania ativa e responsável. Depois, Paulo Cunha espera que este contributo local ajude a despertar o país para a justiça e necessidade de envolver mais cedo a juventude portuguesa na escolha dos seus governantes.
A posição do autarca famalicense foi transmitida em primeira mão e na primeira pessoa aos jovens membros do Conselho Municipal da Juventude, na reunião do órgão que se realizou na segunda-feira, 30 de junho, e que reúne os representantes do tecido associativo e partidário juvenil famalicense, que acolheram bem a ideia avançada pelo presidente da Câmara Municipal.
“É minha convicção que a sociedade portuguesa ganhava com este processo, porque estaríamos a dar um sinal claro aos nossos jovens de que contamos com eles e queremos que se envolvam e que participem ativamente na construção da sociedade tão cedo quanto possível”, diz Paulo Cunha que não encontra razões para que isso não aconteça. “Faz algum sentido que o país considere que um jovem com 16 anos tenha maturidade suficiente para contrair matrimónio – um dos vínculos mais responsabilizantes na vida de uma pessoa -, para celebrar um vínculo contratual de trabalho e para escolher um curso superior e não reconheça maturidade suficiente a esse mesmo jovem para participar no processo eleitoral de escolha dos seus governantes?”,questiona.
Paulo Cunha entende “que os jovens com 16 anos têm todas as capacidades e o discernimento necessário para votarem”. Mas, acrescenta para quem tenha opinião contrária, “se chegarmos à conclusão que não é assim, compete-nos a nós sociedade, governantes, partidos e dirigentes associativos criar condições para que estejam cada vez mais capacitados ao nível da informação e formação para o fazerem”. E avisa: “não podemos passar o resto das nossas vidas a pensar que eles são os culpados por estarem desligados. É nossa responsabilidade dar contributos líquidos claros para ajudar a resolver o problema. Não podemos ficar à espera de que os jovens venham ter connosco, temos que ir ter com eles.”
É esse o grande desafio que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão quer assumir perante os jovens: convocar os jovens e, em concertação com todos os movimentos juvenis, procurar criar condições para a sua crescente participação e formação cívica. “Estes são objetivos concretos que vamos prosseguir, com o único propósito de os estimular e capacitar com mais e melhores condições para que possam participar ativamente na definição do futuro da comunidade, que a eles pertence”, refere o edil.
Para isso, a autarquia vai lançar um amplo plano de auscultação e de recolha de contributos junto da juventude famalicense e das suas associações representativas, procurando perceber quais as suas expetativas e anseios em relação à comunidade que os envolve para, posteriormente, definir, anunciar e colocar em ação “um conjunto de medidas estimuladoras da participação cívica dos jovens” que os aproxime da comunidade e os torne agentes ativos do desenvolvimento do território.