Presidente da AGROS desafia Ministra a estar ao lado dos Agricultores

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Decorreu ontem, no espaço AGROS, a inauguração das novas instalações da ABLN – Associação para o Apoio à Bovinicultura Leiteira do Norte e do SEGALAB – Laboratório de Sanidade Animal e Segurança Alimentar, à margem de um Seminário de Técnicos e Produtores Pecuários, que contou com a presença da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes e do Presidente da Agros, Idalino Leão.

Neste evento, onde foram abordados temas relacionados com a Sanidade Animal e com a nova Lei dos Medicamentos Veterinários, o Presidente da AGROS, Idalino Leão, salientou a importância da sanidade animal como garante da segurança e qualidade dos alimentos produzidos pelos agricultores, alertando que “é urgente que as vacinas, nomeadamente as da Língua Azul, sejam rapidamente disponibilizadas às Organizações de Produtores Pecuários para a sua devida aplicação, tal como é indispensável a reposição da justa verba para a execução desse plano de vacinação no terreno”.

A PEPAC continua a gerar discórdia no setor

Foi num tom muito assertivo que Idalino Leão se dirigiu à Ministra quanto ao PEPAC – Plano Estratégico da PAC, nomeadamente no referente às candidaturas à eco regimes, referindo que “É urgente que esta situação fique resolvida. Não podemos andar sempre aos soluços”.

Recordou que, tal como já havia destacado por diversas vezes, este é um “PEPAC muito complexo, burocrático e de difícil execução que é urgente resolver estes estrangulamentos que penalizam a produção da qual somos deficitários enquanto país”.

Para esbater parte deste deficit, Idalino Leão vê como o essencial ” a suspensão das regras do greening, para que os agricultores possam semear toda a sua área disponível, uma vez que a guerra e os seus efeitos ainda se fazem sentir nos custos das matérias-primas”, considerando imoral caso tal não venha a acontecer.

Aumento dos preços dos produtos agroalimentares – agricultores acusados injustamente

Idalino Leão atribui a subida dos preços dos produtos agroalimentares ao aumento brutal dos custos de produção associados e, no caso do leite, tal como os dados do INE demonstram, o preço ao produtor esteve congelado durante 10 anos. “É preciso garantir o rendimento justo dos produtores, pois o baixo rendimento agrícola em Portugal foi ainda de menos 12% no ano de 2022 e não podemos continuar nesta espiral de empobrecimento”, reivindica o Presidente da Agros.

No final, foi lançado um desafio à Ministra da Agricultura para estar ao lado dos agricultores e da produção na próxima reunião da PARCA, a realizar-se no dia 22 de março, “pois não podem ser os agricultores a suportar os custos da guerra, da inflação e da fraca aposta de sucessivos governos na produção de alimentos”, conclui.

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