Presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, visitou espaço que irá receber a empresa “Hotelar”

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Presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, visitou espaço que irá receber a empresa “Hotelar”

A partir de janeiro, a antiga Fábrica do Rio Vizela vai ganhar vida com a instalação da Hotelar, empresa especializada em artigos têxteis para hotelaria, num investimento de seis milhões de euros. De visita às obras de requalificação, que deverão estar concluídas em janeiro, o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, sublinhou a importância deste projeto: “Não só estamos a captar investimento para o Município, mas também a recuperar uma antiga fábrica devoluta que representa um importante marco na história da indústria têxtil do Município e do país”.

Cerca de um terço da área total da antiga Fábrica do Rio Vizela, em Vila das Aves, está a ser intervencionada pela empresa Hotelar, que irá transferir a sede e os centros de distribuição e armazenamento de Famalicão para a histórica fábrica do Município de Santo Tirso.

Criada em 1845, a antiga Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela foi a primeira unidade de fiação do país e empregou mais de três mil pessoas. “As pessoas têm uma grande ligação emocional a este espaço e acredito que vê-lo voltar a ganhar vida é algo que deixa todos muito felizes”, sublinhou Alberto Costa, após uma visita às obras, esta terça-feira.

Elogiando o investimento da Hotelar, em recuperar um espaço “com história e memória”, o presidente da Câmara de Santo Tirso realçou que o projeto vai de encontro àquelas que têm sido as premissas da autarquia: captar investimento e reabilitar o património industrial devoluto.

Foi neste contexto que a Hotelar recebeu o estatuto de Projeto de Interesse Municipal, contando, por isso, com benefícios fiscais concedidos pela Câmara de Santo Tirso no IMI, Derrama e IMT, num total de 190 mil euros. “É esta a estratégia que temos vindo a seguir desde 2013 e que está a dar frutos. Apoiar as empresas que querem instalar-se em Santo Tirso ou aquelas que, aqui sedeadas, pretendem expandir-se”, explicou, lembrando casos como os da Fiatece ou da Fábrica do Arco, antigas unidades fabris devolutas que foram ou estão a ser recuperadas.

Pedro Pereira, administrador da Hotelar, garantiu que as obras de recuperação irão manter a traça do edifício, ainda que salvaguardando “as necessidades de utilização da empresa”. Com uma área total de terreno de 37 mil metros quadrados, 22 mil dos quais de área coberta, o projeto irá aumentar a capacidade logística da empresa e permitir “novos desafios em termos de internacionalização e exportação”. O investimento rondou os seis mil euros e, de acordo com Pedro Pereira, “as obras estarão concluídas em janeiro”.

“Talvez tivesse sido mais barato e mais rápido fazer um edifício de raiz”, reconheceu o administrador da Hotelar. Contudo, acrescentou, “gosto de recuperar um edifício histórico na indústria têxtil e no Vale do Ave sobrepôs-se”.

A Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela foi a primeira unidade de fiação do país. Cresceu e tornou-se uma das mais relevantes e pujantes empresas da região, chegando a empregar mais de três mil pessoas, alimentando 31 624 fusos e cerca de 1 200 teares (1950). Operava em toda a estrutura do setor têxtil, incluindo as áreas da fiação, tecelagem, tinturaria, acabamentos e confeção. Considerada o núcleo da indústria têxtil do Vale do Ave e principal motor do desenvolvimento económico e social do concelho de Santo Tirso, foi a grande impulsionadora da chegada do comboio à freguesia de S. Tomé de Negrelos. A partir de 1990, a empresa viveu sempre em crise, acabando por encerrar a atividade em 2001.

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