Projeto AdoPt – Nasceu da carência de evidência científica nacional

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O Projeto AdoPt está a ser desenvolvido por uma equipa de investigação da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), em parceria com o ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

O objetivo do projeto AdoPt é acompanhar e apoiar, através de uma plataforma online, famílias adotivas portuguesas, identificando as suas capacidades, as suas necessidades, a emergência e extensão das dificuldades enfrentadas e a acessibilidade a recursos e apoios.

Este projeto nasceu da carência de evidência científica nacional sobre a evolução das necessidades das famílias adotivas, cujo acompanhamento em pós-adoção é, atualmente em Portugal, fragmentado e irregular. A adoção em Portugal, à semelhança do que acontece internacionalmente, sofreu, nos últimos anos, mudanças profundas. No passado, a adoção envolvia essencialmente bebés sem história de adversidade, e a vida de uma família adotiva em tudo se assemelhava à de uma outra família nuclear. Atualmente, as crianças são adotadas cada vez com mais idade e, consequentemente, com mais tempo de vivência de experiências de negligência e abuso nas família de origem, bem como mais tempo de experiência de institucionalização. Superar as dificuldades emocionais e comportamentais presentes nestas trajetórias de adversidade precoce é uma experiência tão desafiante para o adotado, como para os adotantes dar resposta às necessidades das crianças e construir novas relações familiares. A par de muitas experiências positivas, a adoção também cria dificuldades e stress. Enquanto muitas famílias adotivas conseguem gerir os desafios da adoção, outras deparam-se com sérias dificuldades. Para um menor (mas significativo) grupo de famílias, a relação chega mesmo a romper-se (rutura/interrupção da adoção) e a criança deixa a família adotiva. A fase da adolescência é um período particularmente crítico, que levanta vários desafios às famílias. A identificação atempada destas dificuldades, bem como uma intervenção efetiva, são fatores críticos para assegurar a estabilidade e permanência na adoção

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