O PSD/Santo Tirso criticou hoje a câmara liderada pela maioria PS por “brindar” o concelho com “um aumento nas tarifas da água”, mas a autarquia garante que os preços praticados “resultam” das recomendações da “entidade reguladora”.
Em comunicado, os social-democratas deste concelho do distrito do Porto referem que “as alterações no tarifário para 2015 mantêm Santo Tirso no topo dos concelhos com a água mais cara do país”, considerando que esta situação “contrasta com os elevados problemas sociais que atingem particularmente o nosso concelho”.
A concelhia PSD começa por descrever que na última reunião de câmara de 2014, a 23 de dezembro, os vereadores do PSD/PPM, que são oposição ao PS de Joaquim Couto, apresentaram uma “contraproposta” relativa ao tarifário da água a aplicar este ano em Santo Tirso.
“Visava por um lado o congelamento das tarifas praticadas em 2014 e simultaneamente propunha a adoção de tarifas sociais para famílias com menos recursos e tarifas especiais para as famílias numerosas com três ou mais filhos. A maioria socialista foi insensível aos argumentos dos vereadores do PSD/PPM e chumbou a proposta”, lê-se na nota do PSD.
A concelhia social-democrata garante, ainda, que os socialistas colocaram Santo Tirso no topo da água “mais cara”, acrescentando que o facto da concessão deste serviço estar entregue à Indaqua não justifica os valores, dando como exemplo tarifários mais baixos em concelhos igualmente servidos por esta empresa, nomeadamente, segundo o PSD, Matosinhos, Vila da Feira, Vila do Conde e Fafe.
“O PSD entende que os custos com a água devem ser encarados como uma questão social e indutora da coesão que os socialistas tanto pregoam, e que compete à autarquia fazer um esforço”, conclui a nota.
Confrontada com estas críticas a câmara socialista indicou à Lusa, também em comunicado, que “para 2105, o tarifário prevê uma descida de 2,2%, comparativamente com os valores previstos antes da terceira alteração ao contrato de abastecimento de água no concelho de Santo Tirso”.
“Os preços praticados no concelho resultam de uma recomendação da entidade reguladora e, apesar de a legislação ser aplicável a todas as entidades gestoras do serviço de água em Portugal, há quem não esteja a respeitar a diretiva do supervisor e a praticar preços abaixo do custo real do serviço”, lê-se na nota da câmara.
A autarquia aproveita para referir que “o menor impacto provocado com a entrada em vigor do novo tarifário no dia 01 de janeiro de 2015 resulta da aprovação de uma candidatura pelo Programa Operacional Temático de Valorização do Território para investimento em infraestruturas da rede de água no Vale do Ave, de cerca de dois milhões de euros”.
Segundo o executivo socialista os investimentos realizados naquela zona do concelho refletem-se em aumento da cobertura da rede de abastecimento de água e traduzem-se “num desagravamento da subida do tarifário anual, que, em 2018, por exemplo, fixar-se-á em 1,7%”.
